Para o governo Dilma Rousseff, 2011 é um ano que não acabou. Ao menos em termos de crises deflagradas no Ministério devido a evidências de “malfeitos”, termo do jargão dilmista de uso de amplo espectro — designa de atos de corrupção a delitos típicos da baixa política, como o clientelismo.
Pois, de malfeito em malfeito, a presidente executou uma reforma ministerial, com a substituição de cinco ministros (Agricultura, Transportes, Turismo, Esporte e Trabalho), além de três outras mudanças causadas por motivos diversos (Casa Civil, Defesa e MEC).
Esperava-se alguma calmaria no front, depois que o caso de Fernando Bezerra (PSB de Pernambuco), ministro da Integração Nacional, apanhado na distribuição clientelista de verbas contra desastres, foi abafado com a ajuda do próprio Planalto. Mas, neste ministério, voltaram os problemas.
Com base em relatório da Controladoria Geral da União (CGU) foi exonerado, segunda-feira, Albert Gradvhol, diretor administrativo-financeiro do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), conhecido e tradicional — foi fundado em 1909 — instrumento de manipulação política de verbas públicas no Nordeste.
A CGU esquadrinhou a contabilidade do departamento e encontrou uma perda para os cofres públicos de R$ 312 milhões na má gestão de pessoal e compras, para variar, superfaturadas.
Também entrou na mira do Palácio o diretor-geral do departamento, Elias Fernandes. No caso de Gradvhol, foram atingidos interesses do PMDB do Ceará. No de Elias, contrariou-se o próprio líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), ontem inconsolável com a pressão sobre o apadrinhado.
Tanto Gradvhol quanto Fernandes, como é norma nesses casos, trabalharam para destinar dinheiro do contribuinte para suas bases regionais, Ceará e Rio Grande do Norte. Não surpreende, mas assusta como a máquina pública foi nos últimos anos intoxicada por práticas clientelistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário